Nos últimos anos, todos os setores passaram por uma grande adaptação às novas tecnologias e, especialmente, à mudança de comportamento do consumidor. Essa jornada continua e não deve ter fim. Para se posicionar bem, as imobiliárias também precisam estar atentas às tendências tecnológicas e, principalmente, aos desejos e preferências dos seus clientes.
As tecnologias são apenas ferramentas para que as imobiliárias possam melhorar o atendimento e a experiência de consumo, criar novos produtos, melhorar seus processos, imprimir mais produtividade e garantir melhores resultados para os seus negócios.
Hoje, neste artigo, selecionamos algumas das tecnologias que devem ser observadas nos próximos anos.
CRM
O CRM é uma aplicação para gerenciar melhor o relacionamento com o cliente. Até aqui nenhuma novidade. Porém, as imobiliárias devem selecionar bem sua plataforma para garantir uma visão e cuidado do cliente no seu processo de ponta a ponta, desde o gerenciamento de solicitações recebidas e a preparação de cotações de preços até a venda e gerenciamento dos imóveis. E contar com informações para personalizar bem o atendimento.
Big Data
Big Data é a captura, seleção e tratamento de grandes conjuntos de dados. Fundamental em qualquer negócio, a capacidade de transformar esses dados em estratégia fará toda a diferença nos negócios imobiliários, seja para a definição de produtos, melhorar as estratégias de marketing, personalizar o atendimento ou precisar a avaliação de imóveis.
Para alugar ou vender um imóvel, a imobiliária lida com uma série de informações que auxiliam o corretor a fazer indicações mais alinhadas com as necessidades do cliente.
O Big Data possibilita “colecionar” informações internas do relacionamento com cliente e dados coletados de outras fontes para, assim, mensurar melhor desempenho de corretores, perfis de clientes com maior chance de realizar negócios, caraterísticas de imóveis com maior probabilidade de sucesso e outras informações que melhoram decisões e auxiliam a criar mais e melhores negócios.
Inteligência Artificial
O setor imobiliário também não irá passar imune a essa revolução. A AI permitirá, por exemplo, realizar uma primeira avaliação de uma propriedade de forma automatizada. Assim, seria possível aumentar o volume de captação e criar curvas no pipeline de imóveis priorizando aqueles imóveis mais promissores para uma eventual avaliação in loco.
Robôs inteligentes também podem fazer o primeiro atendimento a clientes, qualificando suas necessidades, antes do trabalho do corretor, e até resolver as necessidades mais tradicionais como gerar segunda via de boletos, esclarecer dúvidas e coletar informações e documentos.
Blockchain
O blockchain, tecnologia que nasceu para garantir segurança e autenticidade de transações como criptomoedas, auxiliará o mercado imobiliário a reduzir ou eliminar a papelada, a burocracia e as despesas. Ao mesmo tempo, a tecnologia garantirá autenticidade, imutabilidade e segurança de documentos.
Como o blockchain cria registros descentralizados de informações e documentos, a tecnologia cairá como uma luva para transações imobiliárias, que envolvem várias partes, auxiliando a concluir etapas e transações em minutos, com eficiência e segurança.
NFTs
Um token é um recurso de segurança que cria representações criptografadas de alguma informação. As NFTs são uma categoria especial de token, o Non-Fungible Token. Significa que é um token único e exclusivo, portanto, não pode ser reproduzido ou duplicado. Assim, um NFT possibilita comercializar ativos digitais com garantia de exclusividade ao comprador.
Já é possível fazer investimentos no mercado imobiliário por meio do NFT. Alguém que pretende ter uma renda de locação de um imóvel, por exemplo, mas não quer comprar 100% de um imóvel, pode comprar 20% de um imóvel por um NFT. E assim, por exemplo, poderia ser proprietário de 20% de cinco imóveis e receber aluguel proporcional, ao invés de possuir 100% de um único imóvel.
Automação
São muitas tarefas e processos que consomem recursos e tempo das imobiliárias, tais como coleta, conferência e gestão de documentos e contratos, gerenciamento de propriedades, gestão de clientes e geração, qualificação e desenvolvimento de leads.
A automação no setor imobiliário otimizará as cargas de trabalho e trará ganhos de produtividade e, portanto, ganhos operacionais. Para isso, estão surgindo inúmeras plataformas de RPA (Robotic Process Automation) focadas nessas esteiras imobiliárias.
Aplicações Especializadas
Os aplicativos móveis trazem conveniência e agilidade à jornada de usuários (proprietários, corretores, inquilinos, compradores). Por exemplo, aplicativos de avaliação de imóveis, para administração e relacionamento no condomínio, para vistorias, para assinatura e gerenciamento de contratos e outros.
Metaverso
É preciso ficar de olho nesse novo mundo. O metaverso está ganhando importância também no mercado imobiliário, muito embora haja mais dúvidas do que certezas nessa matéria.
Em 2022, tivemos a primeira venda de imóvel real realizada dentro de um metaverso no Brasil. Uma das possibilidades é essa. Tornar o negócio imobiliário também um negócio on-line. Deve se tornar mais comum daqui para frente visitar empreendimentos imobiliários com a ajuda de óculos de realidade virtual.
Há ainda os imóveis do metaverso, pedaços de terra virtual, que investidores imobiliários podem vender ou alugar. Essas propriedades virtuais têm valor em dinheiro real, criando um novo mercado imobiliário.
Modelagem 3D
O setor imobiliário 3D irá se consolidar como uma ferramenta essencial no processo de venda. A tecnologia permite que interessados em uma propriedade percorram um modelo 3D virtual muito próximo da realidade, tangibilizando suas características e aspectos, sem uma visita física.
Realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR)
As tecnologias AR e VR ampliam a experiência do cliente, possibilitando que agentes imobiliários organizem visitas virtuais aos imóveis e construam modelos decorados digitais. Uma das empresas que fornece esse tipo de solução para o mercado imobiliário apontou, ao jornal Valor, um aumento de 200% no uso dessa tecnologia para a venda de imóveis. Um dos portais imobiliários informou que 30% dos clientes do seu marketplace já utiliza as visitas virtuais para a escolha de imóveis.
A diferença entre 3D, VR e AR? Em linhas gerais, a modelagem 3D é a base de tudo e a diferença está no tipo de experiência. A realidade virtual caracteriza-se pela imersão em um ambiente 3D, já a realidade aumentada traz elementos do mundo virtual para uma experiência que acontece no mundo real.
Explicando melhor: você pode mostrar um ambiente 3D para que o cliente perceba melhor tamanho, profundidade de um ambiente, usando a modelagem 3D. Para uma experiência mais imersiva, você usa essa ideia, mas desta vez para permitir que o cliente interaja com o ambiente, caminhando (virtualmente) pelos ambientes e se aproximando de objetos. Já no caso da realidade aumentada, o cliente pode, por exemplo, visitar um espaço e, com a ajuda de um device (tablet, óculos) fazer a disposição de móveis virtuais no espaço. A primeira é a realidade virtual e esta segunda é a realidade aumentada.
O mercado imobiliário é muito dinâmico. A imobiliária e os corretores precisam sempre de ferramentas que facilitem e aprimorem sua atuação. Do outro lado, o cliente cada vez mais exigente também demanda maior produtividade, melhor atendimento e maior assertividade na resolução de suas necessidades. Essas tecnologias devem auxiliar esse aperfeiçoamento nos próximos anos, além de se configurarem em oportunidades de novos produtos e negócios mais lucrativos.