Executiva analisa que mercado imobiliário deverá se atualizar

As startups estão com tudo. Só no primeiro semestre de 2021, segundo levantamento da empresa de inovação Distrito, especializada em inteligência do mercado das techs – como são apelidadas as startups -, empresas com essas características movimentaram mais de R$ 27 bilhões no mercado brasileiro. Atualmente, pode-se dizer que o país está se tornando um celeiro de “unicórnios”, startups que alcançaram valor de mercado superior a um bilhão de dólares, como Nubank e iFood. Hoje, o país conta com mais de uma dezena delas. 

O mercado imobiliário também tem um unicórnio para chamar de seu. A QuintoAndar, especializada em venda e aluguel de imóveis, alcançou US$4 bilhões em valor de mercado recentemente, ao apostar em inovação em um setor até então marcado por processos tradicionais. O exemplo dela, claro, já foi seguido por outros empreendedores. Hoje, há inclusive um termo específico para classificar startups que têm seus modelos de negócio baseados em serviços para o mercado de imóveis: proptech.  Existem ideias criativas para todos os gostos, desde a compra, venda e locação de imóveis a serviços agregados, como visitas a imóveis por meio de videochamadas, manutenção doméstica, financiamento de casas e apartamentos, aluguel de quartos… Enfim, a lista é longa, mas todas têm duas características em comum: trazem grandes inovações e viraram o mercado de cabeça para baixo.

“Essas empresas estão trazendo novos olhares e têm muito a ensinar para o mercado imobiliário. Esse fenômeno, que começou com a chegada da QuintoAndar, se acentuou ainda mais durante a pandemia da Covid-19, em que todos de alguma forma precisaram se digitalizar para continuarem funcionando. Porém, algumas tradições são difíceis de se romper e essa adaptação está sendo muito difícil para imobiliárias muito tradicionais”, explica Maria Cristina Caldeira, CEO da Unioncorp, corretora de seguros especializada em garantias imobiliárias. Para a empresária, que há quase 30 anos atua no segmento de locação, nunca se viu uma transformação como a de agora no mercado. “É impressionante o nível de investimento que essas empresas disruptivas estão recebendo, o que mostra o tremendo potencial do mercado imobiliário.”, analisa.

Ponto de equilíbrio

Embora a inovação seja um caminho sem volta, Cristina acredita que ainda há espaço para algumas tradições no mercado de locação. “A tecnologia ajuda a tornar os processos mais ágeis e desburocratiza as negociações. No entanto, os clientes desse mercado, especialmente os proprietários de imóveis de aluguel, gostam de ser atendidos pessoalmente. Esse relacionamento próximo a ele e ao inquilino é que torna o trabalho da administradora essencial. E esse lado caloroso e humano a tecnologia não tem como suprir”, explica.

O caminho, acredita a executiva, é um “ponto de equilíbrio” no mercado. “Esse é um mercado que cabe todo mundo que quer trabalhar bem. É claro que as imobiliárias terão que se atualizar cada vez mais. Muitas ainda seguem modelos antigos, conservadores, de gestão familiar. Elas precisarão, com certeza, adotar soluções que atendam às necessidades desse novo tipo de cliente que utiliza o meio digital para tudo, que é cliente do Nubank, anda de Uber e pede comida pelo iFood. Hoje, a maioria dos negócios se inicia pela internet, então é essencial criar uma excelente vitrine digital. Porém, a essência do trabalho, que é a prestação de serviço para o proprietário, que é um investidor à procura de segurança, pode e deve continuar pessoal e próximo”, afirma.

Além de um portfólio apresentável em ambiente online, segundo a avaliação de Cristina, as imobiliárias também devem se atentar às burocracias do processo de locação. “Hoje já existem serviços como assinatura digital de documentos que facilitam a vida do inquilino na hora de assinar o contrato. Outra parte que sabemos que é uma das mais burocráticas, que é a contratação do seguro fiança. Essa é uma das garantias mais efetivas para trazer segurança para o proprietário e o inquilino na contratação, mas tem um processo  burocrático a ser seguido pela imobiliária. Uma das nossas missões é facilitar a vida para elas, que são nossas parceiras. Então estamos apostando em tecnologia, digitalizando o processo de consulta, aprovação e até contratação do seguro fiança por meio do novo sistema Unioncorp Go”, conta.

Projetado para facilitar e agilizar o processo de locação, o Unioncorp Go será uma ferramenta indispensável para as imobiliárias. Saiba mais sobre ele aqui!