A explosão que atingiu o Tatuapé na noite de quinta-feira, 14 de novembro, transformou uma área inteira do bairro em um cenário de caos e destruição. A força do impacto comprometeu estruturas, derrubou parte de um imóvel, lançou destroços por dezenas de metros e causou prejuízo a residências, comércios, veículos e equipamentos públicos.
Além da morte de uma pessoa e do ferimento de outras dez, doze imóveis foram totalmente interditados, e outros onze sofreram interdição parcial. Segundo investigações iniciais do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, a tragédia foi desencadeada pelo armazenamento irregular de material explosivo em uma residência.
Diante desse cenário, reportagens na mídia — como a veiculada pela Veja — trouxeram à tona a fragilidade da vida e do patrimônio diante de sinistros graves. Afinal, enquanto proprietários e inquilinos lidam com perdas materiais e traumas, as imobiliárias enfrentam uma questão ainda mais complexa: o risco reputacional e jurídico, que pode comprometer décadas de trabalho em questão de dias.
Em suma: embora o foco dessas matérias seja, inevitavelmente, o drama humano, há uma camada de discussão que precisa ocorrer nas salas de reunião das imobiliárias e administradoras de bens: a gestão de risco.
A falsa sensação de segurança
O fato é que o episódio remete a uma verdade inconveniente: tragédias não escolhem CEP. Afinal, edifícios modernos, bairros nobres e condomínios de alto padrão não estão imunes a incêndios, explosões ou falhas elétricas. E, quando o impensável acontece, a primeira (e inevitável) pergunta após o controle da emergência é: “O imóvel tem seguro?”
Muitos gestores imobiliários caem na armadilha da “falsa segurança” e, de modo geral, a percepção é que, se um imóvel é novo ou está localizado em uma área valorizada, o risco de um sinistro grave é mínimo. O incidente no Tatuapé, porém, mostra o contrário.
O que a Lei do Inquilinato diz (e o que não diz)
Para a imobiliária, o risco não é apenas a ocorrência em si, mas a vigência da apólice. Se um sinistro ocorre e descobre-se que o seguro não foi contratado, foi cancelado por falta de pagamento ou possui cobertura irrisória para o valor de reconstrução do bem, o problema se transforma em uma crise jurídica e financeira de proporções gigantescas. A Lei do Inquilinato (Lei 8.245/91) é clara ao definir a obrigatoriedade do seguro contra incêndio. Tradicionalmente, essa despesa é repassada ao inquilino; contudo, a responsabilidade pela contratação e fiscalização recai, muitas vezes, sobre quem administra a locação.
Se sua imobiliária deixa a contratação do seguro nas mãos do inquilino (pedindo apenas o envio da apólice ou do comprovante de pagamento), você está operando em uma zona de risco. Inquilinos esquecem, apólices vencem e boletos deixam de ser pagos. E, no momento de um sinistro como o do Tatuapé, o proprietário do imóvel (seu cliente) não vai querer saber se o inquilino esqueceu de pagar: ele questionará a administradora: “Por que vocês não garantiram que o meu patrimônio estivesse protegido?”
E, no fim, quem paga a conta? O proprietário perdeu seu patrimônio, o inquilino perdeu seus bens, e sua imobiliária precisa lidar com uma tempestade jurídica que pode resultar em processos milionários, perda de clientes e danos reputacionais. Aqui, portanto, temos um ponto crítico: não basta contratar o seguro uma vez; é preciso garantir que esteja sempre vigente e com cobertura adequada.
A blindagem jurídica e reputacional que sua imobiliária precisa
Outro aspecto a ser considerado: em tempos de redes sociais e avaliações online, um caso mal administrado pode destruir a imagem construída ao longo de anos. Proprietários lesados e inquilinos desabrigados não hesitarão em tornar pública sua insatisfação. A blindagem jurídica caminha lado a lado com a proteção reputacional — e demonstrar que sua empresa adota processos rigorosos de gestão de riscos, além de reduzir a exposição legal, também fortalece a confiança do mercado na imobiliária ou administradora de bens.
A gestão profissional como diferencial de sobrevivência
A lição que fica é: o Seguro Residencial/Incêndio não é apenas um produto a ser vendido ou uma taxa a ser cobrada, mas uma ferramenta essencial de blindagem patrimonial. E a única forma segura de gerir uma carteira de locação é centralizando e profissionalizando a gestão dos seguros.
Isso significa:
- Controle de vigência
Monitoramento ativo para que nenhum imóvel fique descoberto nem por um dia.
- Coberturas adequadas
Garantir que o valor segurado seja suficiente para reconstruir o imóvel em caso de perda total.
- Assistências reais
Oferecer serviços que o inquilino realmente usa no dia a dia, aumentando a percepção de valor.
Um ativo estratégico para a imobiliária
Mais do que uma obrigação legal, o seguro incêndio é um instrumento capaz de fortalecer relações, ampliar a percepção de valor da administração e criar oportunidades legítimas de receita recorrente. Quando a gestão das apólices é centralizada na imobiliária, o processo deixa de ser um ponto cego — e se transforma em vantagem competitiva. Assumir essa responsabilidade traz benefícios concretos:
- Aumento da retenção de proprietários
Proprietários que percebem cuidado, segurança e profissionalismo permanecem mais tempo na carteira e indicam novos clientes; - Redução drástica do risco jurídico
A ausência de seguro vigente, seja por esquecimento do inquilino ou falha operacional, deixa de ser um fator de exposição; - Receita recorrente e previsível
A gestão de seguros, quando estruturada de forma transparente e aderente às normas, gera fluxo financeiro contínuo sem onerar o proprietário; - Percepção de valor elevada
Imobiliárias que oferecem soluções completas de proteção patrimonial se diferenciam no mercado e se posicionam como gestoras modernas e confiáveis.
Conclusão
Incidentes graves são raros, mas devastadores. Não espere a próxima manchete de jornal para revisar os processos da sua imobiliária. Auditar sua carteira hoje e garantir que 100% dos imóveis estejam segurados sob uma gestão profissional é a melhor maneira de honrar a confiança que proprietários e inquilinos depositam na sua marca. Proteja o patrimônio do seu cliente e a reputação do seu negócio. Afinal, segurança não é custo: é a base do nosso negócio.